Sporting e Benfica geram polémica na final da Taça com revelações de bastidores: "Existiam preocupações"

Sporting e Benfica geram polémica na final da Taça com revelações de bastidores: “Existiam preocupações”

Diversas organizações responsáveis pela final da Taça de Portugal de futebol enfatizaram a importância da comunicação e cooperação como elementos essenciais para o êxito do evento deste ano, considerando também experiências passadas, como a final de 29 anos atrás. O tema foi debatido durante o painel “Bastidores da Taça de Portugal 2025 — Caso de estudo”, realizado no S4Congresso em Viseu, que reuniu especialistas em segurança, emergência médica e organização desportiva.

A subintendente da PSP, Carla Duarte, sublinhou que a preparação cuidadosa e a troca de informações entre as entidades foram cruciais. “A coordenação e cooperação entre todas as entidades, a comunicação, estas reuniões preparatórias, verificar o que pode ser melhorado, nem que seja só um por cento, esta coordenação foi fundamental para o sucesso”, afirmou à agência Lusa.

Além da Polícia de Segurança Pública, participaram representantes da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), do Instituto Nacional de Emergência Médica e especialistas em segurança. O foco principal do debate foi a final recente entre Benfica e Sporting, que ocorreu no Estádio do Jamor, em Oeiras, e exigiu grande atenção às condições do estádio e à área florestal ao redor, frequentemente ocupada por milhares de pessoas sem bilhete.

Carlos Lucas, da FPF, destacou que fatores como a configuração do estádio e a presença massiva de adeptos nas áreas externas são sempre considerados. Este ano, segundo ele, houve reforço nas revistas, protocolos de pirotecnia e presença policial, tanto no interior do estádio quanto na mata, visando garantir a segurança dos adeptos.

A subintendente Carla Duarte apontou que a proteção dos adeptos dentro do estádio ainda precisa ser aprimorada, especialmente para prevenir invasões de campo. Ela reconheceu que “este ano até correu bem”, mencionando que os próprios adeptos ajudaram a repor uma barreira derrubada, mas alertou que “não se pode estar a contar com a boa vontade numa coisa que não devia acontecer”. Segundo ela, a invasão dos adeptos é um desafio, pois “repor esta situação pode não ser tranquilo e nós queremos a melhor tranquilidade, porque temos ali famílias”.

Pensando no futuro, Duarte admitiu a necessidade de estudar novas estratégias para evitar tais situações em próximas edições. “Para mim é uma preocupação, porque, felizmente, tudo o resto correu bem e, por isso, vamos ter que estudar para o próximo ano”, disse.

A preparação para a final deste ano considerou também o trágico episódio registrado há 29 anos, quando ocorreu uma vítima mortal. “Sim, foi falado abertamente, obviamente, que era uma preocupação. Sabermos que poderia haver algum tipo de retaliação, não gostava de usar esta palavra, mas é a verdade, estávamos com alguma preocupação e atenção a essa situação, do que sucedeu e do que pode suceder agora, foi naturalmente uma preocupação para ter a certeza que ia correr tudo bem”, explicou Carla Duarte.

A magnitude do evento é evidenciada pelos números: na final deste ano, foram mobilizadas cerca de 3.000 credenciais e sistemas de acesso, mais de 80 funcionários da FPF, 90 voluntários, 35 hospedeiras, mais de 200 jornalistas, mais de 700 Assistentes em Recinto Desportivo, mais de 800 agentes da PSP e centenas de membros da GNR, Cruz Vermelha, Bombeiros e INEM, evidenciando o esforço conjunto para garantir a segurança e o sucesso da competição.

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